26 fevereiro 2011

Na Terra ou no Céu?

"Para quem vive com a cabeça nas estrelas, não há desafio maior que manter os pés no chão. É a eterna luta em saber conciliar nossos opostos. Equilibrar o concreto e o abstrato. Saber o que é sonho possível. E o que é puro devaneio. Difícil? Devo dizer que bastante.
Nessas horas, ganha mais quem é sensato. Quem pondera. Quem pesa os prós e contras. E – devo acrescentar – quem acredita em si mesmo.
Mas realidade sem sonho nem sempre tem graça. Não tem vida. Não tem cor. Concordam? O inverso também vale. Sonhos são melhores quando se tem uma certa realidade embutida. Aquela coisa de saber que é difícil, mas não impossível. É aí que mora o bom senso (primo-irmão do equilíbrio e autor de tantos feitos por aí).
Com sonhos a tiracolo e o bom senso nas mãos, mágicas – vira-e-mexe – acontecem. Palavras viram livros, rabiscos viram canções. Simples idéias se transformam em tudo o que a gente sempre quis. (Quer coisa melhor?). São nesses momentos que a vida se mostra cheia de luz. De graça. E de significado. Tudo passa a valer a pena, apesar de todos os tropeços do caminho...
Bom, por que entrei nesse assunto? Porque sou umas das pessoas mais sonhadoras que eu conheço. Talvez não tenha virado escritora por acaso, vai saber... Sonhos são molas que nos impulsionam. São minha inspiração e força. São a minha fé. Ao meu ver, quem não sonha (nem que seja um pouco, quando ninguém está olhando), nunca se sente vivo de verdade.
Mas como tudo tem dois lados, é bom ficar de olhos abertos. Ou melhor: com os pés fincados no chão. Viver só de sonhos não basta. Quem se alimenta apenas de ilusão, perde a realidade da vida e se esconde em um mundo paralelo. Complicado, não? Também acho. Haja discernimento para viajar, se aventurar nas estrelas e saber a hora certa de voltar!
Por isso (como boa canceriana que sou), continuo com a cabeça na lua. O pensamento nas nuvens. E, por via das dúvidas, me belisco sempre para aterrissar. Afinal, quem disse que não podemos trazer pra terra o que criamos em nosso céu?"
[Fernanda Mello]

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