06 março 2010

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças

"Nessas solidões profundas e celas horríveis
Onde a contemplação pesadamente pensativa mora
E a sempre refletiva melancolia reina
O que significa este tumulto nas veias inocentes?
Por que vaguear meus pensamentos para fora deste último retiro?
Por que meu coração sente seu já esquecido calor?
Ainda, ainda eu amo! - Veio de Abelard,
e Eloisa ainda deve honrar o nome
Querido nome fatal! Descanse sempre não revelado
Nem passe estes lábios selados em silencio sagrado
Esconda-o, meu coração -ou meu amor- naquele disfarce
Onde misturado aos deuses, a amada lembrança dele repousa:
O, não escreva, minha mão - o nome já aparece escrito - lave-o, minhas lágrimas!
Em vão, Eloisa chora e reza
O coração dela ainda dita, e sua mão obedece
Paredes implacáveis!
Suspiros arrependidos, e dores voluntárias:
Vós rochas robustas!Que sagrados joelhos gastaram
Vós grutas e cavernas desgrenhadas com horríveis espinhos!
Santuários!Onde seus vigias de olhos pálidos mantêm as virgens
E santos pesarosos, aquelas estátuas, aprendem a chorar
Apesar de frio como você, imóvel, e adulto silencioso
Eu ainda não me esqueci tanto quanto uma pedra
Nada é divino quando Abelard parte
Ainda rebelde a natureza faz metade do meu coração resistir
Nem rezas nem jejuns, contêm este pulsar teimoso
Nem lágrimas, por anos, ansiadas a jorrar em vão
Logo que tuas cartas eu abro tremendo
Aquele nome bem conhecido acorda todas minhas desgraças
Oh nome para sempre triste! Para sempre querido!
Ainda respirado em sussurros, ainda conduzido por uma lágrima
Eu também tremo, onde eu me encontro
Alguns infortúnios perigosos seguem de perto
Linha pós linha meus olhos efusivos transbordam
Guiado por uma triste variedade de desgraças:
Agora aquecida em amor, agora murchando no teu florescer
Perdida em um convento de uma tristeza solitária!
Lá uma religião severa apagou a chama indisposta
Lá morreram a besta da paixão, do amor e da fama
Ainda escreva, me escreva tudo, que eu possa juntar
Lamentos para teus lamentos, e suspiros em eco a ti
Nem adversários, nem sorte levam esse poder embora
E é meu Abelardo menos gentil que eles?
Lágrimas ainda são minhas, e essas não preciso poupar
Amor mas exige o que foi irradiado em rezas
Nenhuma tarefa mais feliz persegue esses olhos cansados
Ler e chorar é tudo que eles podem fazer agora
Então divida tua dor, permita esse alívio triste
Ah, mais que dividir, me dê todo o teu lamento
Os céus um dia ensinaram letras para alguns miseráveis
Alguns amantes banidos, ou algumas donzelas prisioneiras
Eles vivem, eles falam, eles respiram o que o amor inspira
Calor da alma, e fiel ao seus fogos
O desejo da virgem comunicado sem medo
Desculpe por corar, e derrame todo o coração
Apresse o macio coito de alma para alma
E um suspiro dos Hindus para os Pólos
Vós sabes o quão inocentemente eu conheci vossa chama
Quando o amor se aproximou de mim sob o nome da amizade
Meu imaginário vos concebe em um tipo angelical
Alguma emanação da mente mais bela
Aqueles olhos sorridentes, tomando cada dia
Brilharam docemente com o dia celeste
Inocente eu olhei, o céu ouvia enquanto você cantava
E verdades divinas foram compostas por aquela língua
de lábios como aqueles, quais preceitos falharam?
Logo eles me ensinaram que não era pecado amar
De volta pelos caminhos do sentido do prazer eu corri
Nem desejei um anjo a quem o homem eu amei
Escuras e remotas as alegrias dos anjos eu vejo
Não os invejo, que os céus eu perca por vós
Quantas vezes, quando pressionada a casar, eu disse:
Amaldiçoes todas as leis menos as que o amor fez!
Amor, livre como ar, a vista das amarras humanas
Abre suas asas leves, em um momento voa
Deixe a riqueza, deixe a honra, espere a esposa.
Respeite o ato dela, e sagrada seja sua fama
Antes que a verdadeira paixão remova todas essas visões
Fama, riqueza, e honra!O que você é para o amor?
O deus do ciúmes, quando profanamos seus fogos
Aquelas incansáveis paixões inspira em vingança
E os convida a fazer mortais errados gritarem
Que procura no amor por nada além de amar sozinho
Aos meus pés o grande mestre do mundo deve cair
Ele, seu trono, seu mundo, eu desdenho tudo!
Nem a imperatriz de César eu me dignaria a provar
Não, me faça amante do homem que amo
Se ainda houver outro nome mais livre
Melhor do que amante, me faça esse nome para vós!
Oh estado feliz!Quando um desenha a alma do outro
Quando o amor é liberdade e a natureza, lei
Tudo então é repleto, possuindo e possuído
Nenhum vazio suplicante deixado doendo no peito
Mesmo que pensamento encontre pensamento, antes parte desse lábio
E cada desejo quente floresce mútuo do coração
Isso com certeza é glória se há gloria nesse mundo
E uma vez parte de Abelardo e eu
Ai de mim, que mudança! que horrores repentinos levantam!
Um amante nu limitado e sangrando deita!
Onde, onde estava Eloise?Sua voz, sua mão.
Seu punhal, se opôs ao horrível comando
Bárbaro, fique!Aquele maldito ataque comprime
O crime foi comum, comum seja a dor
Eu não posso mais, por vergonha, por raiva contida
Deixe as lágrimas, e rubores ardentes falarem o resto
Você não pode esquecer aquele triste, solene dia
Quando vitimados deitamos aos pés de seu altar
Você não pode esquecer quais lágrimas aquele momento fez derramar
Quando, aquecida em juventude, eu me despedi do mundo
Enquanto com lábios frios eu beijei o véu sagrado
Os templos todos tremeram, e as lâmpadas ficaram pálidas
Os céus quase não acreditaram nessa conquista
E os santos maravilhados ouviram minhas juras
Ainda assim, para aqueles altares assustadores enquanto eu continuava
Não na cruz meus olhos estavam fixados, mas em você:
Não na graça, na fé, amor era meu único pedido
E se eu perder vosso amor, eu perco tudo
Venha! Com vosso olhar, vossas palavras, alivie minha tristeza
Isto ainda resta para você conceder
Ainda neste peito me deixe deitar enamorada
Ainda bebo veneno delicioso de vosso olho
Ofegar em vosso lábio, e em vosso coração ser pressionada
de tudo que puder - e me deixe sonhar o resto
Ah não! Me ensine outras alegrias para estimar
Com o charme de outras belezas meus olhos parcialmente
se enchem de todo o brilho acima
E faz minha alma trocar Abelard por deus
Ah, pense pelo menos vosso rebanho merece vosso cuidado
plantas vossas mãos, e crianças vossas preces
Do mundo falso na juventude eles escaparam
Pelas vossas montanhas, selvas e desertos seguiram
Você levantou esses muros vazios, o deserto sorriu
e o paraíso foi aberto na selva
Nenhum órfão chorando viu os bens de seu pai
Nossos templos irradiam, ou roubam o chão
Nenhum santo de prata, dado por miseráveis moribundos
subornou a raiva do céu castigado
Mas tetos tão simples como a piedade poderia levantar
e apenas protestar com as honras de Marker
Nesses muros vazios barreira eterna de seus dias
Essas cúpulas cobertas de musgo com torres lotadas
Onde horríveis arcas fazem do meio-dia noite
E janelas turvas espalham uma luz solene
de vossos olhos um raio pacificador
E reflexos de glória brilharam por todo o dia
Mas agora nenhum contentamento veste a face divina
É tudo pura tristeza, ou lágrimas contínuas
Veja como eu tento a força das preces de outros
Mas porque deveria eu depender das preces de outros?
Vir a você, meu pai, irmão, marido, amigo!
Deixe tua empregada, irmã, filha irem
e todos esse nomes em um, vosso amor!
Os pinheiros escuros que se reclinam sobre as rochas
balançam alto, e murmuram para o vento oco
Os rios correntes que brilham entre as colinas
As cavernas que ecoam para os riachos rumorosos
As tempestades morrendo ofegam sobre as árvores
Os lagos que tremem para a brisa rodopiante
Nenhuma dessas cenas minha meditação socorre
ou acalma o resto da donzela visionária
Mas os bosques do crepúsculo e cavernas escuras
Corredores barulhentos, e sepulturas misturadas
Melancolia negra se assenta, e em sua volta joga
Um silêncio como que mortal, e um descanso temeroso
Sua presença obscura entristece toda a cena,
Sombreia toda flor, escurece todo verde
Afunda os murmúrios do dilúvio que cai
e respira um horror mais marrom na floresta
Aqui para sempre, sempre devo ficar
Prova triste do quanto um amante obedece
Morte, apenas a morte pode romper a última corrente
e aqui, ainda assim, minhas cinzas frias devem permanecer
Aqui todas suas fragilidades, todas as chamas resignarem
e esperar até que não haja pecado para misturar com o vosso
Ah deplorável! Em vão suposta consorte de Deus
Confessa escrava do amor e de um homem
Acuda-me Céus! Mas de onde veio aquela prece?
Surgiu da piedade, ou do desespero?
Até mesmo aqui, onde repousa a esquecida castidade
O amor encontra um altar para desejos proibidos
Eu devia lamentar, mas não consigo fazer o que devo
Estou de luto pela amante, não pelo erro cometido
Vejo meu crime, que dói-me de queimadura à vista do próprio crime
Lamento antigos prazeres, e peço um novo
Agora de volta aos Céus, lamento minha última ofensa
Agora penso em ti, e amaldiçôo minha inocência
de todas as aflições já aprendidas pela amante
Esta é com certeza a ciência mais difícil de se esquecer
Como vou me libertar do pecado, mantendo o sentido
e amar o pecador, e ao mesmo tempo odiar o pecado?
Como separar o adorável! Objeto do crime do próprio crime
Ou como separar penitência de amor?
Tarefa sem igual! Uma paixão pra se desistir,
Para corações tão infligidos, tão lancinados, tão perdidos como o meu
Antes que uma alma recupere seu estado de paz
Quanto deve ela amar, odiar!
Quanto deve experimentar a esperança, o desespero, a indignação, o arrependimento
A contrição, o desdém - faça tudo, mas esqueça
Mas deixe os Céus cuidarem disso, tudo de uma só vez quando surgirem
Não tocado, mas sim tomado; não desperto, mas inspirado!
Oh venha! Oh ensina-me a essência do autocontrole
Renuncio meu amor, minha vida, eu mesmo - e você
Vou preencher meu coração somente com Deus, pois somente ele
pode te substituir
Quão feliz é o imaculado salário da sacerdotisa de Vesta!
O mundo a esquecendo, esquecida pelo mundo.
Eterno brilho de uma mente sem lembranças!
Todas as preces aceitas, todas as tentações abandonadas;

Trabalho e descanso, mantidos em turnos iguais;
"Sonâmbulos obedientes que podem acordar e lamentar"
Desejos fomentados, afetos sempre correspondidos
Lágrimas que deleitam, e suspiros suavemente endereçados aos Céus
A graça a revolve com serenos lampejos,
E anjos murmuram-lhe sonhos dourados.
Pois para ela a eterna rosa do Éden floresce,
E asas de serafins exalam perfumes divinos,
Para ela o esposo prepara o anel de noivado
Para ela virgens alvas cantam o himeneu
Ela se desfaz ao som das arpas celestiais
E derrete às visões do dia eterno.
Por mais distantes sonhos minha alma pecadora vaga
Muitos outros arrebatamentos, de gozo profano
Quando do término de cada dia triste e melancólico
Fantasia restaura o que a vingança me roubou
Então a consciência adormece, libertando a natureza
Minha alma inteira, liberta, avança em tua direção
Oh maldita, caros horrores de uma noite em claro
como a clara culpa exalta o extremo gozo!
Fazendo com que demônios removam os grilhões,
E me fustiguem-me com todo dia de paixão
Eu te ouço, te vejo, exalto sobre todos seus encantos
E ao redor de teu espectro envolvo meus braços num abraço apertado
Eu acordo - e nada mais ouço! Nada mais vejo!
Teu espectro me escapa, tão desagradável quanto você
Eu chamo em altos brados; não sou ouvido
Estico meus braços sem ti; ele desliza para longe de mim
Querendo sonhar isso de novo, fecho com vigor meus olhos;
Ó doces ilusões, doces decepções, venham!
Droga! Não mais - parece-me que vagamos
através de tristes escombros, e lamentamos nossas penúrias
Onde ao redor de uma torre esmaecida pelo tempo, hera doente espreita,
Pedras no piso da torre inclinam-se, balançando, sobre o precipício
De repente você se materializa, aparece triunfal através dos céus
Nuvens se amontoam, ondas rugem, e ventos surgem
Eu solto uma gargalhada, é sempre o mesmo resultado
E acordo de volta a todos os pesares que havia deixado pra trás
Para ti as deusas do destino, em demasia brandas, ordenam
Uma suspensão gélida, tanto do prazer como da dor
Tua vida uma longa mansidão morta de repouso estabelecido
Sem pulso que agita, sem sangue que dá vida
Calmo como o mar, antes dos ventos saberem inflar
Ou o Espírito Santo ordenar movimento às águas
Suave como os devotos de um santo, perdoados
E gentis como as primeiras luzes do paraíso prometido.
Venha Abelardo! Que tens a temer?
A tocha de Vênus não está acesa para os mortos
A natureza está em cheque; A religião desaprova;
Ainda que a arte esfrie - Eloisa ainda ama
Ah chamas sem esperança, ainda resistindo! Iguais àquelas que queimam...
...para guiar os mortos, e aquecer o receptáculo estéril
Que cenas vejo para onde quer que meus olhos fitem?
As caras idéias, onde eu vôo, persigo,
Elevem-se na mata, antes mesmo do altar se erguer
Permeia, mancha minha alma, mostra-se provocantes diante de meus olhos
Desperdiço minha primeira vigília em suspiros por ti,
Tua imagem se interpõe entre meu Deus e eu
Tua voz eu contemplo em todos os hinos
A cada conta do rosário eu derramo uma suave lágrima
Quando do incensário nuvens de fragrância se elevam,
E órgãos num crescente elevam o espírito,
Um único pensamento acerca de ti põe os relicários a voar,
Padres, velas, templos, nadam diante de mim
Em mares de chamas minha alma em fuga é mergulhada,
Enquanto altares brilham, e anjos vibram.
Enquanto me deito aqui, prostrada, em humilde pesar
Delicadas, virtuosas gotas se acumulam em meus olhos,
Enquanto eu rezo, tremendo, no pó eu rolo,
E uma crescente graça está se criando em minha alma:
Venha, se tem coragem, tão encantador como tua astúcia!
Desafia o próprio Céu; lute pelo meu coração;
Venha, com um relance daqueles olhos enganadores
Apague cada idéia brilhante dos céus;
Retome aquela graça, aquelas melancolias, aquelas lágrimas;
Retome aquela penitência inútil e orações;
Agarre-me, rapte-me da graça continuada;
Ajude os demônios, e arranque-me de meu Deus!
Não, voe comigo, tanto quanto de pólo a pólo;
Eleve uma montanha entre nós!Um oceano inteiro apareça!
Ah, não venha, não escreva, não pense, pelo menos uma vez, por mim,
Nem compartilhe nem mesmo um repentino pedaço do que eu sinto por ti
Renego teus juramentos, desisto de tuas lembranças
Esqueça, me renuncie, deteste tudo o que me é relacionado
Olhos bonitos, e olhares tentadores os quais ainda vejo!
Por muito amado, idéias adoradas, a tudo isso 'adieu' adeus!
Oh serena graça!Oh virtude tão bela!
Divino limbo de atenções irresponsáveis!
Esperança renovada, graciosa filha do céu!
E fé, nossa recente imortalidade!
Entre, cada convidado gentil e amigo;
Receba, e embrulhe-me em descanso eterno!
Veja, em sua clausura a triste Eloisa se esparrama,
Escorada em alguma tumba, uma vizinha aos mortos.
Cada brisa parece-me um chamado sobrenatural,
E mais do que ecos falam ao longo das paredes.
Aqui, enquanto observei as lâmpadas a se apagarem,
Além do altar eu escutei um som tenebroso.
"Venha irmã, venha!" ele disse, ou pareceu dizer
"Teu lugar é aqui, triste irmã, saia daí!
Uma vez, como tu, eu tremi, lamentei, e orei,
Ora uma vítima do amor, agora uma santa serva:
Mas tudo é calmo neste sono eterno;
Aqui o pesar se esquece de grunhir, e o amor de lamentar,
Até mesmo a superstição perde todos seus medos:
Pois Deus, e não o Homem, absolve-nos de nossas faltas aqui."
Eu vou, eu vou! Prepare suas doces reverências,
Palmas celestiais, e suas flores sempre desabrochadas.
Lá, onde pecadores podem encontrar descanso, eu vou,
Onde as chamas se purificam em colos de brilho de serafins:
Tu, Abelardo! O último e triste salário da labuta,
e suaviza minha passagem para os domínios do dia;
Veja meus lábios tremerem, meus olhos revolverem nas órbitas,
Absorva meu último suspiro, e segure minha alma errante!
Ah não - em vestes sacras deves ficar,
A trêmula vela sacra em tuas mãos,
Apresenta o crucifixo aos meus olhos postados ao alto,
Ensina-me de uma vez, e aprende comigo a morrer.
Ah então, tua uma vez amada Eloisa veja!
Então não será uma crime fitar-me.
Veja o rubor de minha face esvaecer-se!
Veja o último lampejo morrer em meus olhos!
Até que todo movimento, pulso e respiro cessem;
E até mesmo cesse meu amor por Abelardo.
Oh morte, eloqüente suprema! Você somente nos prova
nossa afinidade ao pó, quando o nosso amor é terreno
Então também, quando o destino corroer tua beleza,
Isso é a causa de toda minha culpa, e também de minha satisfação
Que num transe extasiante todas suas nostalgias se afoguem,
Desçam nuvens claras, e anjos observem-na a girar,
Dos Céus abertos brilhem fulgores de glória,
E santos te abracem com amor semelhante ao meu
Que uma morte tranqüila una cada nome infeliz,
E conecte meu amor eterno à tua fama!
Então, após eras, quando todos meus infortúnios estarão findos,
Quando este coração rebelde não mais bater;
Se por acaso dois amores errantes se encontrarem
nas parede brancas do Paráclito e amanheceres prateados,
Sobre pálido mármore eles encontram suavemente suas cabeças,
E tomam-se suas lágrimas derramadas, um a de outro;
Então digam tristemente, com pena mútua,
"Oh, que nós nunca amemos como estes amaram!"
Do pleno coro, quando altas Hosanas surgirem,
E encherem os relicários de sacrifício horripilante,
No meio dessa cena, se algum olho sereno
notar de relance, na pedra onde nossas gélidas relíquias repousam,
A própria devoção deve roubar um pensamento dos Céus,
Uma lágrima humana correrá, e será perdoada.
E claro, se o destino provocar em algum futuro poeta
Similares e tristes pesares, iguais aos meus,
Condenando-o a anos inteiros de solidão dignos de pena,
e ídolos que ele não deve mais venerar;
Se assim acontecer, quem assim tanto ama, tão bem;
Contem-lhe nossa triste e delicada estória;
Os infortúnios bem declamados tranquilizarão meu fantasma atribulado;
Ele poderá no máximo descrevê-los, aquele que os sente..."

[Eloisa to Abelard - Alexander Pope]

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