“Não existe sensação mais genérica que o frio na barriga. Você já percebeu o quanto esse sensação está presente nas diversas situações?
Antes de uma prova importante o frio na barriga vem junto com a incerteza. Quando o carro passa por uma saliência não há quem negue o “ui” do frio na barriga, vindo da surpresa. Ou ainda mais intensamente, numa montanha russa, junto com a adrenalina. E quando andamos sozinhos pela madrugada e imaginamos ter alguém a espreita sentimos o frio na barriga do medo.
Mas o mais curioso é que, apesar de sentirmos essa sensação durante toda nossa existência, há quem procure a vida inteira pelo frio na barriga. Eu explico: é o frio na barriga da paixão. É o mais especial e traiçoeiro de todos eles.
Quem não gosta da sensação de acordar e pensar naquele amor secreto? É o maior número de pensamentos bons por segundo, você se lembra do sorriso, da voz e de tudo o que o seu objeto de desejo traz de bom. Não há outra possibilidade: friozinho na barriga. Logo após a avalanche passional, você começa a tentar racionalizar aquela paixão para que ela não fique sempre no plano do imaginário. E é nesse estágio que se pensa em como pode ser correspondido, você começa a lembrar de cada situação de proximidade, toque, troca de olhares, sorrisos.
Mas os frios na barriga não ficam somente no campo do imaginário, é quando você vê a pessoa que ocupa todos os seus pensamentos que ele se torna realmente intenso e traiçoeiro. Você fica tão distraído com aquela sensação que não consegue ser você mesmo, o frio passa a funcionar como um cinto de segurança. Ele te trava.”
♫ 'E a saída é deixar acontecer, o coração se entregar...
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